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Em tempos de Redes Sociais o resultado pode surpreender!





O causo do fim do papel higiênico na década de 1970


O dia em que o papel higiênico acabou
Por Zuraya
De Metamorfose Digital - 24-01-2011   

Ao longo da história o ser humano passou pela escassez de muitas coisas, como o petróleo, a borracha, o café, os remédios, alimentos, etc. No entanto, uma das carências mais curiosas e estranhas que ocorreu há alguns anos foi a escassez de papel higiênico. Um fato que somente ocorreu por causa de uma brincadeira infeliz de um apresentador de televisão.
Obviamente, o papel higiênico não existiu sempre, podemos estar bastante seguros de que o homem das cavernas não se deteve em nenhum supermercado para recolher seu pacote de rolos de papel macio e perfumado. Ainda que cabe dizer que o ser humano é o único animal que tem a destreza de se limpar após cada defecação. Por tanto estes cavernícolas utilizaram materiais como folhas e paus.
Por suposto a zona onde se vivia determinava o material escolhido. Na América colonial eram as espigas de milho que além de limpar coçavam e penteavam o "cuelho", as conchas de mexilhões foram muito populares nas regiões costeiras, bem como cascas de cocos em zonas como Havaí. Lugares menos temperados como a França, a realeza como Luis XIV utilizava a lã para maior comodidade, ao contrário na Índia e no mundo árabe era muito popular o uso da mão esquerda. Alguns historiadores consideram esta razão porque para os árabes tradicionalmente, a mão esquerda era a mão suja. Na tradição islâmica estabelece-se que se deve limpar com pedras ou torrões da terra, enxaguar com água e finalmente se secar com um pano de linho.
Quando os jornais se tornaram comuns na década de 1700, o papel se converteu no material preferido, as pessoas simplesmente penduravam-no em um prego e pronto: ali estava um fornecimento gratuito de páginas de papel absorvente.
Um uso que o progresso conseguiu diminuir no final de 1930 quando a imprensa começou a imprimir o papel brilhante recoberto de argila, já não era tão suave nem absorvente, deslizava... indubitavelmente havia chegado a hora da história do papel higiênico, ninguém podia conceber a vida sem ele.
Mas nos anos 70 ocorreu um fato que fez tremer os alicerces de meio mundo: o papel higiênico esteve a ponto de se esgotar. A crise do petróleo, com os membros árabes da OPEP à frente, tentaram estabelecer políticas de quadruplicar preços, isto produziu um pânico sem precedentes no fornecimento do ouro negro e com conseguinte uma escassez de produção de papel higiênico.
Esta escassez do essencial começou dinamitado em certa maneira com um monólogo de Johnny Carson, um apresentador de televisão e comediante que durante 30 anos foi o showman televisivo dos lares estadunidenses. Em 19 de dezembro de 1973, Harold Froehlich, representante de Wisconsin no Congresso, achou engraçado e decidiu que Carson podia acrescentar uma piada a mais no seu espetáculo do show da noite. E assim foi, em um momento de maior audiência, Carson disse:
- "Vocês sabem o que está desaparecendo das prateleiras dos supermercados? Papel higiênico!, há uma aguda escassez de papel higiênico nos Estados Unidos".
Vinte milhões de pessoas que viram o show de Carson essa noite, saíram na manhã seguinte desesperadamente em busca de provisões de rolos de papel. Ao meio dia de 20 de dezembro, praticamente todas as lojas dos Estados Unidos estavam se estoque do papel, muitas das lojas tentaram reagir ante um trabalho tão valioso, mas não puderam seguir o ritmo da demanda.
Um efeito que curiosamente também alcançou países como a URSS, Grã-Bretanha, Japão e Polônia entre outros, onde as filas em busca de precioso papel eram intermináveis.
Algumas noites mais tarde, Johnny Carson explicou que não tinha escassez, que tudo foi produto de um exagero da notícia sem pensar nos precedentes. Foram necessárias três semanas para repor as prateleiras e assim pôr fim à escassez causada por uma piada televisiva que teve seu eco alarmante.
Não dá nem para imaginar o que teria ocorrido na atualidade apregoar uma falsa notícia com redes como Twitter, o mundo inteiro ficaria sem papel higiênico. Na atualidade o Egito corre perigo de ficar sem ele, ainda que sempre poderá recorrer aos métodos tradicionais. E você, está preparado para ficar sem papel higiênico?


Postado no blog Luis Nassif Online em 28/06/2012
Obs.: Imagem inserida por mim.

Vale tudo: a mulher careca e o desrespeito disfarçado de diversão




Não se falou em outra coisa desde ontem, ao menos nas redes sociais: Babi Rossi, a assistente de palco que teve seus cabelos raspados ao vivo em um programa humorístico. Algumas pessoas se divertiram, outras se indignaram, outras se indignaram com a indignação alheia. E, assim se estabeleceu aquele ciclo de opinião que já nos acostumamos a ver. formado e disseminado com argumentos bastante utilizados.


Um deles, simplista e rasteiro, menciona a medonha categoria das: “vagabundas ambiciosas que fazem tudo por dinheiro e mostram o corpo em qualquer lugar”. Também chamadas de “mulheres que não se valorizam”. É por ele – justamente por ser simplista e rasteiro – que começo.
Babi Rossi. Cena do programa "Pânico na Band" do dia 22/04/2012, Rede Bandeirantes.
O incômodo não é exatamente a mulher pelada. Não é a bunda, não são os peitos. Não precisa defender que as pessoas andem abotoadas até o pescoço e cobertas até os dedinhos dos pés e, nem obrigá-las a sair com porções generosas de corpo pra fora. O que incomoda é a pessoa que se “expõe”. Estou pegando ojeriza ao termo porque ele aparece com frequência nos discursos moralistas, do raivoso ao condescendente. Aquele “ai meu bem, você é tão bonita, devia se valorizar mais” ou“essa roupa não está à sua altura”.
A pessoa deixa de ser, aos olhos de seus críticos, corpo para ser carne. Vendida aos pedaços,“os peitos da Fulana”, “as coxas da Beltrana”, “adivinhe de quem é este bumbum”. Como dizem, tanto faz se a assistente de palco tem cabelo ou não, está lá a bunda.
“Foi combinado”, “ela se sujeitou a isso”, todos já tivemos essa conversa antes. A participação da moça no açoug… ops! programa, é expressão da liberdade ou da sujeição a um sistema de valores cretino, que bota preço (baixo, por sinal) em partes do corpo e prega etiquetas, em geral pouco lisonjeiras, todas com prazo de validade baixíssimo?  Se é combinado e a “atração” não topa participar ela vai dar a lugar a outra na fila, que sabemos que anda bem rápido. E ninguém quer perder a vez. Já fiquei em emprego ruim porque precisava dele e, não vamos aqui hierarquizar ou classificar ocupações, porque elas atendem a várias necessidades humanas. Dinheiro, vaidade, aceitação, prestígio, realização pessoal, não vou estabelecer o que vale mais, você vai?
gravura francesa do século XIX, “La Belle Hottentot”
Se a moça concordou, então vale tudo? Vale virar piada, vale comer barata, vale degustar olho de cabra e milkshake de minhoca? Percebam como é antiga essa discussão e como ainda não deixamos de ter sushis eróticos metafóricos nas nossas telas. Ainda somos brindados por cenas grotescas e violentas veiculadas por canais de televisão abertos, concessões públicas. Fica patente então que para essas pessoas, agraciadas com o nada modesto direito de tocar um canal de televisão efaturar com isso, a televisão pública é uma piada e seu público é palhaço.
Se não foi combinado, então o que dizer? “Ela estava lá mesmo, estava sujeita a isso estando no programa”, “ela merece, essas moças são vagabundas loucas pra aparecer”, “o pessoal curte assistir então eles mostram na TV, oras”. Fica difícil, na verdade, defender de forma consistente o “entretenimento” de natureza aviltante, sobretudo esse que já se tornou um clássico dominical: a exposição da mulher como entretenimento “para a família” e quase nunca como a produtora do entretenimento. É disso que se trata, diversão aviltante, porque se não é indigna para a pessoa em frente às câmeras, certamente o é para quem está em frente à tela. As pessoas estão sendo chamadas de imbecis pelos profissionais que ganham (muito) dinheiro para “divertir” a audiência e se preocupam com a mulher pelada na televisão, “olha só que indecente, que pouca vergonha esse bando de vadia sem roupa!”.
Acho significativo que esse tipo de coisa aconteça tendo uma mulher como personagem principal. Outro homem teve seu cabelo raspado no mesmo programa, mas não riu de nervoso. A moça vive da aparência dela e foi tosquiada sob gargalhadas e interjeições como “que horror!”. Diferente da mulher que raspa seu cabelo em casa, voluntariamente, ou da mulher que raspa seus cabelos em função de uma quimioterapia. Sobretudo no segundo caso, essa pessoa não vai ouvir gargalhadas em volta em meio ao barulho da maquininha, não vai ser comparada ao Predador.



Chegue a 1:20 minuto no vídeo e veja se a moça acha graça de verdade. “Ela tem o espírito do programa, é muito corajosa”, repete o apresentador galhofeiro. No momento 2:30 minutos, a moça chora. Assobios, gritos, gargalhadas. A partir de 4:07 minutos, um apresentador raspa a cabeça com ar contrariado, que também pode ser falso, mas as risadas da trupe só recomeçam depois que anunciam que a moça vai se ver no espelho após o intervalo comercial.
Ao longo da História os cabelos raspados têm um simbolismo pouco positivo, de modo geral. Isso se acentua mais ainda quando os cabelos são femininos. Mulheres adúlteras tinham sua cabeça raspada, loucos, doentes e prisioneir@s também, assim como amantes de soldados alemães na Segunda Guerra Mundial.
A cabeça raspada significava a infâmia, o escárnio, a vergonha. Muitas bruxas eram retratadas carecas e as mulheres acusadas desse crime também tinham seus cabelos cortados. Os cabelos são a característica identificadora da pessoa. Raspá-los significa privá-la de parte da sua identidade, nivelar, igualar a outras. Quando o ato não é voluntário, o golpe para a auto-estima pode ser alto. Em ‘O Primo Basílio’, romance de Eça de Queirós, Luísa tem seus longos cabelos raspados em função de uma doença e a cena descreve o sofrimento de Jorge, o marido, a cada tesourada. Quando Luísa acorda do torpor, o diálogo é o seguinte:
— Cortaram-me o cabelo… — murmurou tristemente.
— É para te fazer bem — disse-lhe Jorge, quase tão agonizante como ela. — Cresce logo. Até te vem melhor.
Ela não respondeu; duas lágrimas silenciosas correram-lhe pelos cantos dos olhos.

Anúncio de exibição de Saartjie Baartman, século XVIII.

Saartjie Baartman nasceu em uma aldeia sul-africana, por volta da década de 1780. Órfã, tornou-se escrava de fazendeiros holandeses. Em 1810, viajou para a Inglaterra, depois de ser convencida de que ficaria rica se apresentando às pessoas interessadas em conhecerem-na. Ela foi chamada de “Vênus Hotentote” e mostrada em feiras,freakshows, para uma audiência escandalizada com suas características físicas incomuns naquele contexto: o grande acúmulo de gordura em suas nádegas (uma condição chamada de esteatopigia) e o tamanho de seus pequenos lábios, bastante visíveis, como se fosse um “avental” escondendo a vulva.
Aparentemente ela não permitia que seus órgãos genitais fossem vistos, e utilizava um tecido cobrindo a região, mas a visão de seu corpo evocava um misto de espanto, indignação e aludia a supostas características sexuais. Não era à toa o apelido pelo qual ficou conhecida. Sociedades abolicionistas se manifestaram contra seu aprisionamento e exibição. Alguns argumentos eram que, em meio à proibição da escravidão, ela era considerada uma posse. Outros afirmavam que as exibições degradantes (nas quais ela deveria se movimentar, andar, sentar, levantar conforme lhe fosse solicitado), que ocorriam com seu consentimento, haviam sido obtidas sob coação.
Saartjie foi vendida a um francês e exibida em condições piores na França, pagando uma quantia extra os visitantes podiam tocá-la. Ela foi estudada e retratada por cientistas e pintores. Quando o interesse de visitantes e estudiosos diminuiu, tornou-se alcoólatra e se prostituiu, morrendo em 1815 de pneumonia, varíola ou sífilis. Seu cérebro e seus genitais foram conservados e exibidos (!!!) no Museu do Homem em Paris até 1974. Em 1994, o presidente sul-africano Nelson Mandela, solicitou ao governo francês que os restos mortais de Saartjie fossem repatriados. O pedido foi atendido somente em 2002. Seu nome foi dado a umcentro de apoio a mulheres e crianças vítimas de violência.
O caso de Saartjie tornou-se icônico por resumir a um só tempo a condição da população escrava, dos negros, dos povos colonizados, dos africanos e das mulheres. A Panicat Babi Rossi não é a nova Saartjie. Tem muito mais poder de escolha que a jovem sul-africana jamais teve, mas mais de duzentos anos as separam e o corpo feminino continua sendo alvo de controle, escárnio e condenação.
[+] Meus dois tostões sobre a panicat por Marjorie Rodrigues.
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Agradeço a Triana Ballesta, Liliane Gusmão, Camila Gläser, André Taffarello e Talita R. da Silva pela leitura e pelos comentários do texto. Agradeço também a tod@s debatedor@s da lista pelas observações a respeito do infame caso dos cabelos raspados.

Deh Capella

Sou bibliotecária, mãe, feminista, leitora, musical, curiosa. Baby, we were born to run.




Postado no blog Blogueiras Feministas em 24/04/2012

Ministério da Justiça: Campanha alerta pais sobre a importância da classificação indicativa


Pais e educadores, atenção para esta campanha iniciada hoje pelo Ministério da Justiça sobre a importância da classificação indicativa dos programas de TV.
Nossas crianças passam muito tempo assistindo televisão, é preciso, portanto, atenção ao que elas assistem.
Estudos mostram que as crianças estão propensas a imitar o que assistem em filmes, desenhos, novelas e não distinguem ficção e realidade. Daí a importância de se oferecer ferramentas para que a família faça a escolha sobre o que assistir ou não.
Atualização: veja um dos filmes da campanha
                                   

 

Postado no Blog Maria Frô em 19/03/2012

O Brasil na TV



Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?

(*) Publicado originalmente na Revista do Brasil, edição de fevereiro de 2012.


O Brasil que se vê na TV está restrito ao Rio e à São Paulo, salvo raras exceções. Exibem-se nas novelas e nos telejornais, lindas paisagens e graves problemas urbanos dessas metrópoles para todo o país. 

Fico a me perguntar o que interessa ao morador de Belém o congestionamento da Marginal do Tietê, exaustivamente mostrado pelas redes nacionais de TV? Não haveria fatos locais muito mais importantes para a vida dos telespectadores do Pará do que as mazelas da capital paulista?

No entanto, o conteúdo que vai ao ar não é determinado pelos interesses ou necessidades do telespectador e sim pela lógica comercial. Para o empresário de TV local é mais barato e mais lucrativo reproduzir o que a rede nacional de televisão transmite, inserindo alguns comerciais da região, do que contratar profissionais para produzir seus próprios programas. 

Para as grandes redes trata-se de uma economia de escala: com um custo fixo de produção, o lucro cresce à medida em que os anúncios são veiculados num número crescente de cidades. 

Isso ocorre porque como qualquer outra atividade comercial a lógica do capital é a da concentração, regra da qual a televisão, movida pela propaganda, não escapa. Só que a TV não é, ou não deveria ser, apenas um negócio como outro qualquer. 

Por transmitir valores, idéias, concepções de mundo e de vida, ela é também um bem cultural e não uma simples mercadoria. Dai a necessidade de ser regulamentada e ter os seus serviços acompanhados de perto pela sociedade.

Como concessões públicas, as emissoras têm obrigação de prestar esses serviços de maneira satisfatória, atendendo às necessidades básicas de informação e entretenimento a que todos tem direito. Caso contrário, caberiam reclamações, processos e punições, como ocorre em quase todas as grandes democracias do mundo.

Aqui, além de não existirem órgãos reguladores capazes receber as demandas do público e dar a elas os devidos encaminhamentos, não temos uma legislação capaz de sustentar esse processo. Por aqui vale tudo.

E quem perde é a sociedade, empobrecida culturalmente por uma televisão que a trata com desprezo. Diretores de emissoras chegam a dizer, preconceituosamente, que “dão ao povo o que o povo quer”.

Um caso emblemático da falta que faz essa legislação é o da produção e veiculação de programas regionais. Se o mercado concentra a atividade televisiva no eixo Rio-São Paulo, cabe a lei desconcentrá-lo, como determina artigo 221 da Constituição, até hoje não regulamentado. 

Sua tramitação é seguidamente bloqueada no Congresso por parlamentares que representam os interesses dos donos das emissoras de TV.

Em 1991 a então deputada Jandira Feghali apresentou um projeto de lei estabelecendo percentuais de exibição obrigatórios para produção regional de TV no Brasil. Doze anos depois, em 2003, após várias concessões feitas para atender aos interesses dos empresários, o texto foi aprovado na Câmara e seguiu para o Senado, onde dorme um sono esplendido até hoje. 

São mais de vinte anos perdidos não apenas para o telespectador, impossibilitado de ver o que ocorre na sua cidade e região. Perdemos também a oportunidade de abrir novos mercados de trabalho para produtores, jornalistas, diretores, atores e tantos outros profissionais obrigados a deixar suas cidades em busca de oportunidades limitadas nos grandes centros.

Mas se os interesses empresariais das emissoras bloqueiam esse florescimento artístico e cultural, as novas tecnologias estão abrindo brechas nessas barreiras. O barateamento e a diminuição dos equipamentos de captação de imagens impulsionaram o vídeo popular e a internet vem sendo um canal excelente de divulgação desses trabalhos. 

Combina-se a vontade e a capacidade de fazer televisão fora das emissoras tradicionais com a necessidade do público de acompanhar aquilo que acontece perto de sua casa ou de sua cidade. 

O que não descarta a necessidade da existência de programação regional nas grandes emissoras, como forma de tornar o Brasil um pouco mais conhecido pelos próprios brasileiros.

Professor mostra como se deve enfrentar jornalismo manipulativo da Globo


 



Este é um vídeo emblemático, que mostra como a "grande imprensa" gosta (e se acha no direito) de impingir suas "verdades" goela abaixo de todos.

Para que você entre no clima da época da entrevista: Logo após o atentado às Torres Gêmeas do 11 de setembro a mídia americana ficou absurdamente governista e patriótica.

Mas aí alguns malucos, desses caras que gostam de remar contra a maré, começaram a perceber que a história toda tinha um lado B que estava escondido e – pior – que não devia ser mostrado e – pior ainda – que as pessoas não estavam querendo ver nem saber.

Entre esses malucos, o professor Barret, da Universidade de Winsconsin. O professor simplesmente tentava fazer com que seus alunos pensassem, refletissem, investigassem. Isso nos EUA de Bush.

Aí a Fox – a mais bushista das emissoras – convidou o professor Barret para uma entrevista, pensando em estraçalhá-lo ao vivo e em cores.

Pensavam que seria fácil a tarefa. Mas se esqueceram de um detalhe: como professor, Kevin está habituado a enfrentar situações muito mais constrangedoras, que são criadas por seus próprios alunos. Agora, solte um entrevistador almofadinha desses numa turma de 16 a 21 anos, para eles sentirem o que é pressão. Você, professor que me lê, sabe do que estou falando.

Reparem na agressividade, nas ofensas, na tentativa constante de desqualificação do entrevistado. Que, no entanto, não se intimida e os enfrenta.

Confira o que tentaram fazer com Barrett e o que Barrett fez com eles. Lava a alma.

E serve como lição aos que se submetem ao constrangimento de entrevistas manipuladas na Globo e seus canais filhotes.

O vídeo foi postado aqui no blog pela primeira vez em 31 de agosto de 2007.

Postado no Blog do Mello em 28/01/2012


Importante:   Estou chegando à conclusão que alguns vídeos, que podem trazer assuntos polêmicos e que mexem com interesses poderosos, não abrem no Navegador Internet Explorer. Censura?...
Sempre testo e com o vídeo acima aconteceu, como já ocorreu com outro vídeo que postei.
Então se quiser ver o vídeo acima navegue com o Google Chrome ou Mozilla!

Mônica Waldvogel põe jornalismo “entre aspas”


Por Weden
Mônica Waldvogel passou por um dos momentos mais constrangedores na história da GoboNews. Pautada para defender as ações da PM paulista, da Prefeitura de São José dos Campos e do Governo Alckimin no caso do massacre de Pinheirinho, por várias vezes, ela passou por cima dos entrevistados e tentou impor o ponto de vista da casa.
A própria chamada do programa já mostrava a tendência imposta pelos editores da GloboNews: “Interesse eleitoral pode comprometer ações sociais (referência à Cracolândia) e da Justiça (referência a Pinheirinho)”.
Ou seja, a disposição já era de dizer que as ações eram corretas e as críticas, eleitoreiras. O vídeo de abertura do programa insistiu nesta tecla, mas Mônica, por conta própria, foi ainda além.
Chamou a ação de expulsão dos moradores de “republicana”, disse que as críticas todas têm fundo eleitoral, afirmou que os moradores só reagiram por terem sido motivados por líderes partidários, e chegou a criar um falso dilema: “o governo deveria desrespeitar ou cumprir a lei?”
Para piorar, ao referir-se ao tema conexo da Cracolândia, comparou os dependentes (que ela chama de viciados) aos traficantes do Rio de Janeiro.
Mônica não aceitou qualquer dos argumentos dos entrevistados, passou por cima da palavra daqueles que deveriam ser ouvidos, duvidou dos analistas, atribuindo, indiretamente, as posições deles a interesses eleitorais, e ofereceu um exemplo grave do que não deve fazer o jornalista: impor seu ponto de vista, a todo custo, a entrevistados, ainda mais num programa que tem como título uma alusão ao direito de opinião.
Tensa, mostrou dificuldade em articular suas indagações e questionamentos, gaguejou mais do que de costume, e ainda fez intervenções esdrúxulas, com problemas de sintaxe, e escolhas semânticas infelizes.
Aqui o ligação do programa, com o vexame de Mônica e a atuação digna e independente dos dois entrevistados: Humberto Dantas, cientista político do Insper, e Aldo Fornazieri, sociólogo da Fesp.
Uma dica importante para Mônica Waldvogel, que ainda tem nome a zelar no jornalismo: deixa os editores fazerem o que quiserem; mas deixa os entrevistados contribuírem com seus pontos de vista. Seu papel no programa é mais simples do que parece.
Assista o vídeo aqui.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/monica-waldvogel-poe-jornalismo-entre-aspas”
Postado no Blog Combate ao Racismo Ambiental em 27/01/2012