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Superação : jovem sem braços toca piano e guitarra !


Durante um ultrassom, o médico de apontou a Simone que
seu bebê tinha algo que ele não conseguia identificar




Postado em R7 em 27/03/2015


Em algum lugar além do arco-íris



Era fim de tarde de uma terça-feira de Carnaval. Eu e meu pequeno Gabriel resolvemos ir ao supermercado comprar sorvete. Na volta ouvíamos Lucy in the sky with diamonds, na voz de Rita Lee. De repente, deparamo-nos com um enorme arco-íris. Há muito não via um tão colorido e perfeito no céu. Estacionamos para apreciá-lo. Uma chuva fraca ainda caía. Choveu praticamente o dia todo. Perguntei a ele se sabia quantas cores tinha um arco-íris. Gabriel fez que não e resolvemos contar: sete. Aí decidimos memorizar para quando chegássemos em casa fazermos um lindo desenho.

Falei para ele que no pé do arco-íris havia um tesouro e ele disse que sempre teve vontade de encontrar um. Sugeri que seguíssemos em direção ao cristo redentor (o mirante da cidade) para ver se o alcançávamos. Quanto mais andávamos, mais longe ele ficava. Expliquei que o arco-íris nunca deixava ninguém chegar perto dele. Gabriel perguntou se eu achava que o arco-íris tinha olhos. Respondi que sim. Quando chegamos lá no topo ele havia perdido o brilho intenso das cores, de quando o avistamos pela primeira vez.

Na descida para casa voltamos ouvindo e cantando Mama África e, à distância, novamente pudemos alcançar o ângulo de prisma para vê-lo novamente uma última vez. Foi quando o som do carro começou a tocar, coincidentemente, Somewhere over the rainbow. Para quem não se lembra, aí vai uma versão do gênio Keith Jarrett:
        

Seguimos para casa com planos de tomar sorvete primeiro e fazer nosso desenho depois (este aí de cima). Na mesa, enquanto saboreava seu sorvete de flocos Gabriel ouviu: - Filho, sabe porque não preciso correr atrás do tesouro do arco-íris? - Por quê, pai? - Porque meu tesouro é você! Seguiu-se uma sonora gargalhada de ambos e a sensação de que naquela meia hora eu e ele tínhamos vivido uma rica experiência que nos serviria para toda a vida.


Criar filhos não é fácil. Quem vê assim acha que é só alegria. Não é. Tem hora que perdemos a paciência, ficamos de "saco cheio" de ter que suportá-los, cuidar deles, alimentá-los, levá-los para passear... Ih, são tantas renúncias... Mas tem hora que uma mágica se faz e, em sintonia com o universo, uma pequena experiência vira uma grande viagem, em algum lugar bem além do arco-íris!  

Postado no Blog DoLadoDeLá em 21/02/2012