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Londres 2012 esqueceu o Museu Britânico, aquela rica 'caverna' de Ali Babá





Rapinagem


A melhor observação que li sobre a crise das dívidas na Europa foi a de um leitor do “London Review of Books” que, numa carta à publicação, comenta as queixas dos alemães inconformados com a obrigação de mandar seus euros saudáveis para sustentar a combalida economia grega. O leitor estranha que ninguém se lembre de perguntar sobre as grandes reservas de ouro que os alemães levaram da Grécia durante a Segunda Guerra Mundial – e nunca devolveram. Só os hipotéticos juros devidos sobre o valor do ouro roubado dariam para resolver, ou pelo menos atenuar, a crise grega. O autor da carta poderia estranhar também o silêncio que envolve um exemplo mais antigo de pilhagem, a dos tesouros artísticos da Grécia Antiga, levados na marra e de graça para os grandes museus da Alemanha. Seu valor garantiria com sobras a ajuda aos gregos que os alemães estão dando com cara feia.


É claro que se, num acesso de remorso, os alemães decidissem devolver ou pagar o que levaram da Grécia, estaria estabelecido um precedente interessante: a América poderia muito bem reivindicar algum tipo de retribuição da Europa pelo ouro e pela prata que levaram daqui sem gastar nada e sem pedir licença, durante anos de pilhagem. Que não deixaram nada no seu rastro, salvo plutocracias que continuaram a pilhagem e sociedades resignadas à espoliação. Alguém deveria fazer um cálculo de quanto a metrópole deve às colônias pelo que não pagou de direitos de mineração no tempo da rapinagem desenfreada. Só por farra.



Quanto às reservas de ouro levadas da Grécia pela Alemanha nazista, a observação do leitor do “London Review” mostra como a História não é linear, é um encadeamento. A atual crise do euro e da comunidade europeia é a crise de um sonho de unidade que asseguraria a paz e evitaria a repetição de tragédias como as das duas grandes guerras. Sua meta era uma igualdade econômica, que dependia de um equilíbrio de forças, que dependia da Alemanha como potência econômica ser diferente da Alemanha que invadiu e saqueou meia Europa. Os alemães atuais não têm culpa pelos desmandos dos nazistas, mas não podem renunciar à força desestabilizadora que têm, que continuam a ter. Como a Grécia não pode evitar de ter saudade do seu ouro, do qual nunca mais ouviu falar.
Artigo de Luiz Fernando Veríssimo, publicado hoje em vários jornais brasileiros. 
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Completando as pertinentes observações do Veríssimo: na abertura das Olimpíadas de Londres 2012, dias atrás, houve um detalhado desfile das conquistas britânicas pelo mundo afora, com destaque para os avanços civilizatórios operados pela primeira revolução industrial, as contribuições inegáveis da cultura inglesa, etc. Mas faltou a menção às conquistas do Império inglês nos séculos 18 e 19. Faltou alguma alusão às rapinagens, saques e roubos mesmo do colonialismo inglês no Egito, por exemplo, na Índia, no sul da China, onde se apoderaram de Hong Kong, só para citar alguns locais onde houve choro e ranger de dentes por onde os "civilizados" ingleses passaram. Não mencionaram nada acerca do famoso Museu Britânico. Curioso, não? 
Foto: Museu Britânico de Londres, erguido em 1753. Mantém uma variada e valiosa coleção de objetos saqueados do mundo todo. Lá é possível encontrar peças de valor inestimável subtraídas da antiga Grécia, do Japão, das culturas pré-colombianas da América, da África, sobretudo do antigo Egito, e naturalmente da Ásia inteira, principalmente arte chinesa e persa antigas. O Museu Britânico é uma suntuosa caverna de Ali Babá da civilização branca e culta do Ocidente. 

Postado no blog Diário Gauche em 13/08/2012

50 museus virtuais para você visitar


Roberta Fraga
Visite museus, eles são repositórios de História  e se comunicam com você por meio de acervos, informação e arte. O Brasil, por exemplo, conta com mais de 3.000 museus e você já visitou pelo menos 5% deles? Listarei abaixo alguns museus virtuais. Digitalizar para disponibilizar itens de acervo pode ser apenas uma das etapas que um plano museológico prevê para disseminar a informação e comunicar a memória, portanto, navegue por eles, mas os visite pessoalmente também. É sempre um bom pretexto para uma viagem qualquer, fomenta o segmento de turismo, informa, diverte, educa.
  1. American Museum of Natural History;
  2. My studios;
  3. Museu Virtual Gentileza;
  4. Museu Virtual de Arte Moderna;
  5. RTP Museu Virtual;
  6. Era virtual;
  7. Museu Virtual de Brasília;
  8. Museu Virtual de Ouro Preto;
  9. Museu Virtual UnB;
  10. Museu Virtual do Transporte;
  11. Igreja do Santo Sepulcro;
  12. Capela Cistina;
  13. Van Gogh Museum;
  14. Museu do Louvre;
  15. British Museum;
  16. Museu Virtual Memória da Propaganda;
  17. Museu da Pessoa;
  18. Museu Virtual do Futebol;
  19. Museu Encantado da Barbie;
  20. Museu Virtual do Iraque;
  21. Museu Virtual de Parelha;
  22. Museu Virtual Aristides Sousa Mendes;
  23. Art-Bonobo – possui 4 museus virtuais;
  24. Museu Mazzaropi;
  25. Museu Virtual da Imprensa;
  26. Museu Virtual de Informática;
  27. Visitas Virtuais 3D;
  28. Museu Virtual da Água;
  29. Museu Virtual de Artes Plásticas;
  30. Museu da Faculdade de Medicina UFRJ;
  31. Museu Virtual do Cartoon;
  32. Virtual Museum of Canada;
  33. National Museum of US Air Force;
  34. The virtual museum of Japanese Arts;
  35. Museum with no frontiers;
  36. Virtual Egyptian Museum;
  37. Museu do Instituto Geográfico Português;
  38. Museu Virtual da Coca-cola;
  39. Museu da Bactéria;
  40. Museu de Arte do Uruguai;
  41. Museu Bizantino;
  42. Museu Virtual da Saúde;
  43. Museu Virtual FEB;
  44. Museu da Contabilidade;
  45. Museu Nacional de Arquiologia;
  46. Fundació Gala-Salvador Dalí;
  47. Museu Virtual do Sintetizador;
  48. Museu Virtual do Caju;
  49. Museu da Infância;
  50. Museu Virtual Sem fronteiras da Física e da Química.


Roberta Fraga

Crio seres imaginários, escrevo contos, costuro histórias.




Postado no blog Livros e Afins em 09/07/2012
Imagem inserida por mim