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Bóris Casoy volta a mostrar seu preconceito latente


Por DiAfonso*

Palavras do Bóris Casoy [transcrição de áudio]:

O fato de as cotas terem sua constitucionalidade avalizada pelo STF não significa que o programa seja correto. Ao contrário, é um erro grave que, a pretexto de compensar crueldades históricas praticadas pelo Brasil escravocatra [sic], acaba incentivando o racismo latente na sociedade brasileira. A questão do acesso à universidade nada tem a ver com cor, raça ou etnia. É uma questão social e econômica, produto do lixo que é o ensino público aqui no Brasil. O que deve determinar ou não a entrada na universidade é, simplesmente, o mérito! [ver vídeo abaixo]

O âncora Bóris Casoy não tem idoneidade para falar de negro, de índio, de racismo, de cotas raciais ou de qualquer tema que esteja relacionado ao respeito pelo outro. Basta lembrar o seu lastimável comportamento no episódio envolvendo honrados trabalhadores. Para quem não se lembra, Bóris teceu comentários humilhantes sobre as sinceras felicitações de Ano Novo, dadas por dois garis [aqui]

Cabe, ainda, ressaltar as contradições na fala do apresentador. Se a questão do acesso à universidade está ligada a fenômenos socioeconômicos e se a educação pública é um lixo [nisso deve-se concordar com ele, não nesses termos], então por qual razão evocar o MÉRITO para o ingresso no ensino superior? Acaso, as "crueldades históricas praticadas pelo Brasil escravocatra [sic]" a que se refere o jornalista não deixaram um rastro de intolerância e preconceito na alma dos que têm a cor branca - a cor das elites?

A partir das contradições de sua palavras, Bóris apenas ratifica um preconceito que ele mesmo traz dentro de si, como ficou claro no caso dos garis.

Quem sabe um dia - quando o Brasil superar os problemas sociais e de exclusão que ainda precisam ser erradicados - não precisemos mais de cotas para negros, índios, pobres ou quem quer que seja?

Quem sabe, também, não precisemos mais de nefastos seres ancorando um telejornal como Bóris Casoy?

Vamos à luta [Como dizia Gonzaguinha]!


Artigo com base na postagem sobre Bóris, no Blog O Cachete, do Cumpadi Giovani de Morais.

*Editor-geral do Terra Brasilis.

Postado no blog Terra Brasilis em 28/04/2012

Vale a pena ver de novo ! Rap para Boris Casoy !


             


  

Bóris Casoy acusa Lula pela morte de ex-dona da Daslu


Ao comentar o passamento da antiga dona da mega boutique de luxo Daslu, Eliana Tranchesi, na madrugada da última sexta-feira (24.02), o apresentador do “Jornal da Noite” (TV Bandeirantes), Bóris Casoy, lançou uma teoria no mínimo inédita: ela teria falecido por culpa do governo Lula, que, em 2005, teria engendrado a Operação Narciso, da Polícia Federal, apenas para desviar o foco do escândalo do mensalão.
Veja, abaixo, o vídeo enviado pelo leitor Evandro. Em seguida, continuo comentando.
                       
Agentes da Polícia Federal (PF), do Ministério Público Federal e da Receita Federal fizeram uma busca na sede da Daslu, naquele ano, para coleta de provas de que a empresa estava envolvida em crimes de sonegação fiscal e contrabando, os quais acabaram sendo comprovados, gerando a Tranchesi pena de prisão de 94 anos, pena que ela jamais sequer começou a cumprir devido à Justiça ter ficado tocada pelo seu estado de saúde.
A tese de Casoy é bastante curiosa. Apesar de a Operação Narciso ter sido levada a cabo, simultaneamente, em São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, de a Justiça ter autorizado a operação, de o ministério Público ter descoberto o esquema e de a Polícia Federal ter feito mais de mil operações durante o governo Lula, a pobre Tranchesi – que, após seu falecimento, vem sendo tratada pela mídia como uma espécie de Che Guevara capitalista – teria sido vítima de uma armação do governo Lula.
Não se sabe se Casoy considera que Tranchesi faleceu pelo processo criminal todo que enfrentou e não apenas pela operação de 17 de julho de 2005, mas está claro que acha que não deveria nem ter sido processada criminalmente pelos crimes que cometeu simplesmente por estar doente.
O âncora do telejornal da TV Bandeirantes, assim como quase todos os outros colunistas, articulistas e editorialistas da grande imprensa, sempre disse “exagerada” a operação que envolveu 250 policiais federais, apesar de a sede da Daslu, então, ser um prédio de quatro andares e 17 mil metros quadrados, que, pelo tamanho, permitiria que provas fossem tiradas de lá se não tivesse sido cercado e ocupado de surpresa.
Aliás, vale um registro: o uso de 250 policiais na Operação Narciso e a prisão, por alguns dias, da dona da mega boutique de luxo foram considerados “truculência” pelos mesmos colunistas, articulistas e editorialistas – entre os quais o próprio Casoy – que consideraram absolutamente normal o uso de 2 mil policiais militares para desocupar o bairro do Pinheirinho, em São José dos Campos, e que, ali, não enxergaram truculência.
O tratamento VIP dado pela mídia tucana à dona da Daslu pode ser compreendido através da foto abaixo.
A Operação Narciso, naquele 2005, gerou indignação na imprensa e não foi devido à fartura de provas que condenou Eliana Tranchesi a quase cem anos de prisão, com localização de notas de entrada de mercadorias importadas nas quais vestidos de 10 mil reais haviam sido registrados pelo valor singelo de 100 reais.
A explicação para a indignação midiática, pois, reside no fato de que a filha do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin – que, à época, também era governador –, trabalhava na Daslu quando suas operações criminosas foram descobertas. Ela iniciara no trabalho havia pouco tempo como uma das vendedoras da empresa que ficaram conhecidas como “dasluzetes” e pouco depois foi promovida a “diretora de novos negócios”.
Estranhamente, a Secretaria da Fazenda de São Paulo não notou nada de estranho nas operações da Daslu, apesar de que suas operações eram tão escandalosas, com suas notas de entrada com preços populares, que a Polícia Federal chegara à empresa, em 2005, sabendo exatamente o que procurar, o que a obrigou a montar uma operação ampla para evitar que sumissem com as provas.
Segundo o âncora da Band, “Eliana Tranchesi foi exposta à execração pública e humilhada”. Veja só, leitor, que esse sujeito parece entender que tudo aconteceu só por ela ter sonegado algumas centenas de milhões de reais em um esquema que o Ministério Público chamou de “organização criminosa” e que gerou multa de um bilhão de reais, além da ação penal. Chega a parecer que, pelos crimes cometidos, deveriam ter feito uma estátua para Tranchesi.
O comentário de Casoy não contém indignação com a ilegalidade, à diferença da indignação contra as famílias do Pinheirinho. No caso da ricaça, o jornalista mostrou compaixão e indignação por ela ter falecido por desgostos que a descoberta de suas operações ilegais lhe causou, o que, no limite, talvez possa ser verdade, mas não muda o fato de que a culpa foi de quem montou o esquema criminoso, e de mais ninguém.
Postado no Blog da Cidadania Eduardo Guimarães em 25/02/2012