Mas a forma como cada um ama é diferente, depende da condição que se tem de amar. Cada um tem a sua possibilidade e grau de evolução.
Se a pessoa ainda é egoísta, com certeza conseguirá amar, mas seu amor será reduzido, limitado.
Uma pessoa que ainda é insegura também amará, mas com enorme limitação, será ciumenta, isso porque o amor ainda não se desenvolveu suficientemente nela, então ela amará com esta limitação.
Minha referência de mundo é minha mãe. Quando começo a escrever sobre mim, ela me vem, junto com seus cheiros, suas músicas, filmes, livros, suas orações. Ela me ensinou a orar. A gente assistia aos filmes sobre a vida de Jesus, em todas as páscoas de minha infância. Eu cresci com minha mãe sendo um exemplo de bondade e de altruísmo, no mais belo sentido cristão dessas palavras.
Daí a minha fé, a minha crença numa força superior que reina e tem o poder de nos ampara, nas mais infinitas escuridões. Eu sou meio egoísta, confesso, mas minha fé não. Eu estendo minhas esperanças às pessoas, aos animais, à natureza, ao mundo.
EU MANTENHO A FÉ NA HUMANIDADE, POR MAIS QUE SEJA DIFÍCIL HOJE EM DIA. EU NUNCA A DEIXEI DE LADO, NEM NAS PIORES DORES QUE ME PUDESSEM FAZER QUESTIONAR A EXISTÊNCIA DE UM DEUS, COMO A PERDA DE MINHA MÃE.
Minha mãe foi catequista por um tempo, mas eu já tinha feito a primeira comunhão, então, não pude ser seu aluno. Como queria ter sido. Mas ela foi minha professora da vida, minha maior fã, os olhos que enxergaram o melhor em mim. Ela foi as mãos que me davam o abraço mais carinhoso, num colo absurdamente confortável. E esse amor da gente me ajudou ainda mais a crer num Deus de amor, porque quem inventou as mães só pode ser um ser divino.
Como vencer a saudade com algo que seja mais parecido com presença?
Através do sonho.
A saudade não tem nada de trivial. Interfere em nossa vida de um modo às vezes sereno, às vezes não. É um sentimento bem-vindo, pois confirma o valor de quem é ou foi importante para nós, e é ao mesmo tempo um sentimento incômodo, porque acusa a ausência, e os ausentes sempre nos doem.
Por sorte, é relativamente fácil exterminar a saudade de quase tudo e de quase todos, simplesmente pegando o telefone e ouvindo a voz de quem nos faz falta, ou indo ao encontro dessa pessoa. Ou daquele lugar que ficou na memória: uma cidade, uma antiga casa. Podemos eliminar muitas saudades, enquanto outras vão surgindo. A saudade do gosto de uma comida, de um cheiro do passado, de um abraço. Há muitas saudades possíveis de se conviver e possíveis de matar.
A única saudade que não se mata é a de quem morreu. Matar, morrer. Que verbos macabros para se falar de nostalgia. Já ouvi vários relatos sobre a saudade que se sente de um pai, de um avô, de um filho, de uma amiga, dos afetos que nos deixaram cedo demais - sempre é cedo para partir, não importa a idade de quem se foi.
Ficam as cenas guardadas na lembrança, mas elas se esvanecem, recordações são sempre abstratas. De concreto, palpável, tem-se as fotos e as imagens de gravações caseiras, mas de tanto vê-las, já não vemos. Já a sabemos de cor. Não há o rosto com uma expressão nova, a surpresa de um gesto inusitado.
Como, então, vencer a saudade com algo que seja mais parecido com presença? Através do sonho. Uma mãe que perdeu seu filho quatro anos atrás me conta que todos em casa sonham com ele, menos ela. Para sua infelicidade, ela não tem controle sobre isso, simplesmente não recebe essa bênção, e queria tanto. E eu a entendo, porque através do sonho a pessoa que se foi nos faz uma visita.
Pode até ser uma visita aflitiva, mas a pessoa está de novo ali, ela está interagindo, ela está sorrindo, ou está calada, ou está dançando, ou escapando de nossas mãos, mas ela está acontecendo em tempo real, que é o período em que estamos dormindo, e que faz parte da vida, e não da morte.
De vez em quando sonho com minha avó e sempre acordo animada por ela ter encontrado esse meio de me dar um alô, de me fazer recordá-la. Observo seu jeito, ouço sua voz e penso: quem roteirizou esse sonho? De onde vieram suas palavras para mim? A resposta lógica: meu inconsciente falou através dela, só que isso tira todo o encanto da cena. Prefiro acreditar que ela é que esteve no comando da sua aparição, me dizendo o que tinha para dizer, nem que fosse uma frasezinha à toa.
Um colega de trabalho falecido há 20 anos num acidente de carro também já me apareceu em sonhos algumas vezes, e quando isso acontece acordo com a sensação de que morte, mesmo, é esquecimento: enquanto eu abrir as portas do sonho para ele entrar, meu amigo seguirá existindo. Nesse feriado de Finados, o que se pode desejar para os inúmeros saudosos de mães, de maridos, de netos? Que os sonhos abracem a todos.
Cau Fernandes Dia de Finados é ocasião propícia à meditação sobre a vida. Da vida que, inevitavelmente, culmina com a morte. Lidamos, na verdade, com duas entidades insondáveis e indissociáveis: o milagre da vida e o mistério da morte. Embora devamos fazer tudo e de tudo, dentro do razoável e aceitável, em prol da vida, certamente um dia nossa hora vai chegar...
Uma geração passa; outra lhe sucede. E a vida continua. O show da vida não pode parar. E é, sem dúvida, fantástico, fantástico, esse show. O mais fantástico de todos os shows. O show do viver. O Sol nasce; o Sol se põe. E renasce, todo dia, do mesmo oriente. Atinge o apogeu ao meio dia. Depois declina para o ocidente toda tarde... Todos os rios procuram o mar, e o mar nem por isso transborda. Os rios como que voltam à nascente donde partiram e suas águas voltam a rolar. Não há nada de novo debaixo do Sol, mas os olhos não se cansam de ver nem os ouvidos de ouvir.
Há sempre lugares no mundo a visitar, músicas a ouvir, livros a ler, paisagens a contemplar, coisas a aprender, boas obras a praticar, orações a fazer, talentos a multiplicar. O milagre da vida é um caleidoscópio, num produzir infinito de combinações de imagens e de cores, numa sucessão ininterrupta de impressões e sensações, de sonhos e realizações. Tudo depende do olhar. Tudo depende da sensibilidade. Mais que da razão. Ou melhor, com as razões da razão e as razões do coração que a própria razão desconhece.
"Andá com fé, então, eu vou, que a fé não costuma faia”, ensina a canção... A fé tá na manhã, a fé tá no anoitecer. A fé tá viva e sã. A fé também tá pra morrer. Pelo sim, pelo não… Então vamos lá…
É Dia de Finados sim, e aos nossos finados queridos prestemos homenagens, mas, sobretudo, é mais um dia de viver!
Você sabe qual é o verdadeiro sentido da oração? Um dos erros que mais percebo é que muitas pessoas pensam que não há relação alguma entre Deus e prosperidade. Minha visão de Deus, na infância, também era mais ou menos assim. Uma associação de virtude com pobreza.
A energia no Universo é infinita, e essa mesma energia está em você, em mim, em cada um de nós. Nós, como filhos de Deus, temos o poder de manipular essa energia a nosso favor. Não há nada mais forte e poderoso na Terra do que o espírito imortal.
A natureza obedece cegamente às Leis que a regem. Sempre. Sem escolha. Nós, pelo nosso livre-arbítrio, podemos escolher, crear, nos desenvolvermos em todos os sentidos.
É uma pena que apenas uma pequena parcela da humanidade esteja apta a perceber que tudo no Universo é energia, e que temos poder sobre essa energia. Com Vontade determinada, temos o poder de mudar a nós mesmos e ao ambiente em que vivemos. Talvez a maior preocupação das pessoas em geral seja com os bens materiais, com o dinheiro. Como a maioria das pessoas perdeu a confiança em si mesma, não é coisa muito fácil modificar sua situação econômica.
No entanto, a Vida está cheia de exemplos de pessoas que superaram as próprias dificuldades materiais graças à mudança no padrão de pensamentos.
Para tudo na vida as Leis de Deus são o guia seguro. Observe uma por uma das pessoas que superaram situações de pobreza material e verá que elas transformaram pensamentos vitoriosos em ação. Muita ação. Estamos neste planeta para agir. Orar e se queixar da sorte não resolve nada. A oração e os pensamentos construtivos devem ser acompanhados de ação, disciplina, persistência e determinação.
Isso tanto vale para a reforma íntima quanto para as questões materiais. O Universo é energia abundante, a Natureza é pródiga e abundante. Tudo o que precisamos já existe, inclusive os bens materiais que almejamos. A parte mais difícil já foi feita, que é a invenção das coisas que nos facilitam a vida. Todo o conforto, todos os recursos tecnológicos que conhecemos estão à nossa disposição há pouco tempo.
Você não precisa ser um gênio e criar aparelhos para a sua comodidade. Eles já existem. A Natureza entrou com os recursos, o homem participou com a invenção. A você compete apenas adquiri-los a custo do seu trabalho.
Recebe quem está aberto para receber. Isso vale para a paz, para o amor, para os ensinamentos, para os recursos materiais. O planeta nos oferta tudo de que precisamos em nosso estágio evolutivo. Com as mãos fechadas você não receberá nada. É preciso estar receptivo, é preciso estar com as mãos em concha, disposto a receber.
Esse é o sentido da oração, da comunhão com Deus. Deus sabe do que precisamos. Quando oramos, não estamos informando Ele sobre nossos planos. Ele sabe disso tudo. Quando oramos estamos nos predispondo a receber, estamos entrando num estado de receptividade, de passividade, de aceitação. Quando oramos criamos em nós mesmos as condições necessárias para atrair o que pedimos.