Não atualize


O meu amigo Paulo Polzonoff Jr. enviou-me um post sobre a falsa necessidade de atualizarmos tudo e nos atualizarmos em tudo como se o mundo fosse acabar amanhã se não o fizéssemos.
A mais nova, a última, a maior versão do produto X está disponível hoje. É apenas X reais e faz todas as coisas legais que você nunca soube que faria. E se você agir agora, o produto X vai mudar a sua vida.
Lembro dele falando – em tom de humor, claro: “Acho que vou processar a empresa x. Comprei um iXis e não me sinto mais feliz por isso.”
Os produtos vendem hoje uma ideia de que precisamos deles (e de suas versões mais recentes) para sermos felizes. Claro que não fazem isso de modo franco, assintoso e evidente. É apenas uma sugestão.
Mas nós sabemos que nós não precisamos do Produto X para viver uma vida cheia de significado (ainda que nós realmente, realmente queiramos ele).
A gerente de uma loja da Vivo contou-me que quando o iXis 4 foi lançado algumas pessoas da fila ficariam sem. Teriam que voltar no dia seguinte.
Elas choraram. Não estou falando de crianças de 4 anos. Mas de adultos de 25 anos para cima.
Anunciantes gastam milhões de dólares para criar um senso de urgência para nos fazer babar sobre seus produtos.
Senso de urgência é importante. Mas é importante para as coisas importantes.
Veja este vídeo e entenda coisas realmente importantes:
Mesmo quando o aparelho, software ou coisa antiga está quebrado o artigo dá algumas opções interessantes:
  • Viva sem: é quase um tabu. Mas é possível. Eu tenho vivido sem TV durante quase dois anos (digo, tenho um aparelho, mas não tenho assinatura nem para canais abertos). Não que eu não goste de TV, ela apenas não faz falta para minha vida. Isso vale para inúmeras outras coisas.
  • Repare: algumas coisas podem simplesmente ser consertadas. Existe todo um movimento que incentiva o reparo das coisas, que é um passo além do simples reciclar. Leia o manifesto pelo reparo
  • Reponha: você não precisa comprar itens novos para cada coisa que quebra. Você pode fazer o downgrade em vez do upgrade e ainda assim ter o que precisa para uma vida significativa

Postado no Blog Livros e Afins em 06/10/2011 por Alessandro Martins

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